4.23.2007

Tempo poético




Demorou uma hora para atravessar a porta; uma semana para escolher a melhor palavra; dois segundos para tropeçar em outra; três dias inteiros vendo o susto tomando o estômago; quatro anos tentando entender; cinco minutos para deixar pra lá; um instante para voltar a se importar... fosse como um susto, ou como qualquer sentimento já acostumado.



Uma nuvem muito carregada e ao mesmo tempo leve como se fosse mentira cruzou a janela em 18 meses, e ela ficou quase uma década parada para poder assistir. As vezes ainda tenho a impressão de que ela está lá, olhando como se fosse há oito anos, como se fosse ontem, agora.


E lá se vão 22 anos em apenas uma tarde...

7 comentários:

4rthur disse...

A relatividade do tempo vivido parece ter derretido todos os relógios, como num quadro de Salvador Dalí.

Anônimo disse...

O tempo fica mais interessante com essas ondinhas, mesmo..

Anônimo disse...

belas pics. acredite, li todos seus textos.

aproveito e recomendo dois sites:
1. paraferno.blogspot
2. speculum

Fabrício Fortes disse...

o susto tomando o estômago.. semanas para digerir uma tarde..

Anônimo disse...

Difícil escrever qualquer comentário! Gostei muito do texto!!
O tempo é assim mesmo.. imprevisível, completamente fragmentado.. ainda mais depois de digerido pelo cérebro.

Diogo Lyra disse...

"Demorou uma hora para atravessar a porta; uma semana para escolher a melhor palavra; dois segundos para tropeçar em outra; três dias inteiros vendo o susto tomando o estômago; quatro anos tentando entender; cinco minutos para deixar pra lá; um instante para voltar a se importar... fosse como um susto, ou como qualquer sentimento já acostumado".

... é justamente assim que eu sou.

Rebecca Loise disse...

é encantamento puro! crônica da desaprendizagem inteligente e humana!
lindo, Clara!