Depende
Como quando você é criança, senta no banco de trás do carro e mesmo parado, consegue cortar a estrada a mais de 100km por hora. Sem notar que ela também te corta, na mesma proporção em que você acelera ou freia - mesmo sendo apenas um passageiro do banco de trás e sequer poder opiniar na música do rádio.
Mas ela também te corta, e esse eterno diálogo em sentidos contrários causa a impressão de que você realmente pode chegar a algum lugar, por mais controverso ou distante que isso possa parecer.
Como quando você é criança e fica horas contemplando a paisagem pela janela do automóvel - paisagem essa que os teus olhos infantis ainda classificam como passiva, e que podem jurar estar o tempo todo parada - até o dia em que você é apresentado aos malditos referenciais e passa a perceber que elas também corriam. E que, dependendo, parado estava você, com os cabelos bagunçados e os olhos cheios de certezas contidas.

10 comentários:
O papa é pop,tem razão ¬¬
Fazer o quê,né...Cada um conquista
o mundo como pode.
Ele usa a inocência das pessoas u.u'
Estou adorando a nova fase, com textos maiores, mais ousados e, ainda assim, totalmente poéticos.
As estradas e a velocidade, os caminhos e o tempo... quem passa por quem e desarruma meu cabelo?
do ponto de vista da criança, é a paisagem que traz o vento que bagunça os cabelos.
do ponto de vista da paisagem, é o homem que vem com seus artefatos tecnológicos a desafiar o tempo e o espaço, revoadno as folhas secas.
do meu ponto de vista... malditos referenciais...
By the way, belas botas.
qualquer forma de relativismo tem um pouco de mentira.. e um pouco de verdade também..
Amiga, você está deixando a física muy bonicta.
Te amo e adoro essa fotos. ;*
Eu ainda viajo assim. Vivo muito dentro de mim, quase um autista.
Mal e bons precisamos deles.
Tendo a ser pacífico.
Crianças: excusas de tudo e sempre libertas de esteriótipos ou responsabilidades. Daria um dedo do pé para voltar a ser uma.
Clara, gosto muito do que escreves. Gosto especialmente desse. Me faz lembrar como via o mundo antes e como o sinto agora. Mundos bem diferentes e é estranho estar vivo como antes.
Um beijo.
Mario Vitor.
Postar um comentário