1.06.2008

Corrente


Pingavam as tuas mangas e os teus dedos. Molhava a minha vontade até deixar a rua inteira com vista para o mar. E então tuas esquinas – mais e mais azuis.
Bebia cada frase como quem toma sol num dia de férias. Movimento amarelo, forma de quem gosta de se esquecer em baforadas de verão.

Ela caminhava e, que coisa, respingava a casa inteira pelo simples fato de estar ali.

14 comentários:

D.Trapa disse...

Lindo!

Gosto das cores de seu texto... me fazem lembrar um poema de Paulo Leminski:

"o amor é um elo entre o azul e o amarelo"

Parabéns!

Beijos,
Diego Trapa

Anônimo disse...

Movimento amarelo...
Esse teui texto tem a cara do Verão. Dá até para sentir o calor.
Ótimo!

Beijos

Anônimo disse...

NO CORPO

De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos ares

O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.

A poesia é o presente.

Clareana Arôxa disse...

é verdade, é muito bom encontrar uma chará que escreve coisas bonitas!

beijo

cra disse...

como

Fabricio Fortes disse...

pô, clara, como é que tu consegues?!!!
rsrsrs
bem bom mesmo.. nem precisa dizer, né..

Leandro Jardim disse...

sempre boas as coisas por aqui!

:)

Fabricio Fortes disse...

comentário/convite: apareça em meu novo espaço http://fabriciofortes.blogspot.com
sem a leitura de pessoas inteligentes, não tem muito sentido..rsrs

Tchello Melo disse...

O que antes era tratado como corriqueiro problema de umidade na casa ou o advento irreversível do degelo das calotas polares revelou-se para ela que era o verão com seus afrodisíacos.
Bem ilustrativo, gostei muito!
Bjs!

Renato Ziggy disse...

Estar é fantástico! A presença é algo que nos faz deixar vestígios, porque quase que involuntariamente "gotejamos" um pouco de nós onde pisamos se de fato ESTAMOS. Sobre este solo de papel, percebo que você ESTEVE. Suas gotas respingaram em mim. Bjos!

4rthur disse...

puxa vida, Clara, fazia já um tempo que não vinha aqui e quando volto me deparo com este poema EXCELENTE!!!

O amor é líquido e piga ni mim.

Bauman tinha razão. Sérgio Reis também.

beijos liquefeitos.

Anônimo disse...

vim agradecer a visita lá no azar e adorei as fotografias dos posts.
são suas?
muito boas.
abraços.

Luciana Lyra disse...

Adorei as metáforas coloridas...

Fernando Locke disse...

mui interessante o seu jogo de sensaçoes, sentidos e emoçoes! não se vê isso feito de uma forma tão boa a bastante tempo!