Desmedida
A cidade vista de longe tem a altura do meu peito e o tempo de um susto. Luzes mergulhadas em um azul impossível - constelação de edíficios.
Eu, diante de dois céus igualmente infinitos.
A cidade vista de longe cabe na minha vista e, mesmo assim, ultrapassa a minha condição de mantê-la ao meu total alcance, esparramando pelas beiradas. É minha e não me cabe. Como qualquer coisa que valha a pena.
17 comentários:
e, como diria o poeta,
tudo vale a pena...
muito bonito.
ah, e obrigado pelo link.. é bom ser recomendado em espaços interessantes.. principalmente quando se trata de um trabalho iniciante como o Almanaque.
E, afinal, o que são as cidades se não construções e reconstruções de nós mesmos, se não um apanhado de histórias, distintas para cada ouvinte, contadas por edifícios e calçadas e praças?
Lindo texto.
"Eu, diante de dois céus igualmente infinitos."
Clara, não sei se estou certo - se bem que interpretação vai da alma de cada um - mas fiquei enternecido com a metáfora dos dois céus, duas cidades... fui fazendo na minha mente a idéia de que temos dois mundos: o interno e o externo, sempre tão difíceis de conciliar.
um beijo.
Clarinha, sempre me impressiono com essa tua destreza pra dizer o indizível e conciliar idéias contraditórias. A cidade não pára.
beijo.
ah, que lindo....
me lembrou uma música da Zélia Dunkan que adoro...
"Do meu apartamento,
perdido na cidade,
alguém está tentando acreditar
que as coisas vão melhorar,
ultimamente..."
(sabe qual é?!)
Tuas palavras são doces e, ao mesmo tempo, capaz de bárbaries.
Um beijo, querida!
Vc não imagina as coisas que eu escuto por ter escolhido história: desde "você vai morrer de fome com salário de professor" até "agora vai virar hippie e comunista"...
Pessoas sem a mínima noção das coisas, né?
Bjos
Como havia dito antes: suas metáforas são muito boas! tem riqueza, tem leveza e ao mesmo tempo intensidade! "Luzes mergulhadas em um azul impossível - constelação de edíficios" Muito bom! abraço!
Que lindo Clara!!!
Lendo o seu texto me transporto a pensar que em suas palavras est�o contidas tantas outras que n�o foram mencionadas, mas as que aqui escritas dizem tanto e v�o al�m...
... n�o somente a cidade cabe em nossas vistas, e nem tudo que cabe esta ao nosso alcance, � somente para os olhos...
"� minha e n�o me cabe. Como qualquer coisa que valha a pena."
L.I.N.D.O, lindo!!!
Beijos!
"É minha e não me cabe. Como qualquer coisa que valha a pena."
Concordo com você, mas não acho que isso seja ruim. O que vale a pena é tão e tão bom, que não pode ficar aprisionado na gente, ou morre, por falta de espaço. Precisa transbordar. Precisa ser a gota que derrama a água do copo e alivia a sede das plantas.
Precisa sair e ser dividido, compartilhado, vivido...
gostei muito daqui. Vou te linkar, tá?
Beijo.
Yo! seguinte, surpresa pra vc em meu blog! espero que goste! vá de vestido pq a cerimonia promete! abraço!
Eu a convido para uma volta. Peguemos a ponte, rumo à terra outra. A um banho de mar. O mar revigora, acredite.
Obrigado pela visita à velha casa. Se não se importar, vou te linkar para visitar seu espaço mais vezes. =]
Bjo
Daniel
Olá!
Passei por aqui...
Gostei do blog...
Abraços pernambucanbaianos...
Germano
www.clubedecarteado.blogspot.com
Ah, Clarineta, sempre falando muito com o mínimo possível...
... eu adoro!
Como qualquer coisa que só obedeça os limites da imaginação.
Bom que só, teu blog, viu?
"É minha e não me cabe. Como qualquer coisa que valha a pena."
lindo demais...mesmo=]
que a vida seja desmedida pra valer a pena!
Escreves em poucas linhas linhas tão tocantes...
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