Inflamável
As horas estalam em cantos de pássaros e motores desenfreados, enquanto o dia mal surge e já insiste em me levar rua abaixo. O movimento é inteiro e tinge todo o asfalto, tornando a cidade inutilmente vermelha, inutilmente atrasada.
A vida em forma de combustível avança na quinta marcha, pronta para estourar a qualquer instante. Aguardo no ponto de ônibus a minha vez de correr rabiscos cor de cimento. Dentro da minha camisa, fogos de artifício não me deixam mentir: Estar vivo é acima de tudo um ato violento.
21 comentários:
"eu não consigo me emocionar com o que não sinto como violento" CM
lembro-me
ufa!
isso é muito bonito.. a vida como ato de violência.. isso desencadeou milhões de pensamentos e imagens em mim
está tudo corrido. bom o seu escrito e bacana seu blog. gostei.
beijabraço e muita luz.
Acabei de passear pelo seu blog, gostei tanto, seu texto tem intensidade e delicadeza, gostoso de saborear.
Violento...quando é por tesão a vida é mais que violenta então.Obrigado pela visita e gostei o seu blog,...inflamável...
MAURO ROCHA
Cada dia que passa o tempo passa mais rápido, já reparou? Cada semana voa um tico mais depressa que a outra e anda acelerando em progressão geométrica. São as nossas vidas descendo em catarata, Foz do Iguaçu. Anda assustando. Talvez seja a temperatura. Combustão violenta do motor na quinta marcha, explodindo dentro da camisa.
Um beijo
Ah, brigado pelo comentário. Minha auto-estima literária é baixa, haha. E é difícil aparecer um elogio de quem, realmente, SABE escrever. Aí quando aparece conta muito :)
Aliás, vc vive de escrever, né? É jornalista? Publicitária?
A fotografia é hobby? Ou é profissão (também?)?
adoro seus textos urbanos. O cinza realmente lhe cai muito bem.
me diga seu email que te mando meus livros que coloquei em pdf.
meu email: camal567@gmail.com
beijabraços.
p.s. esqueci te falar isso pra vc.
Gosto da delicadeza com que escreve...é sutil...mas não deixa nada por dizer...
Adorei seu blog...
Tem dias que a gente não precisa acordar, tenho essa sensação. Principalmente quando estou prestes a explodir com o mundo. Pena que eu ainda não sei controlar quando ou com quem eu desopilo essa flama toda...
E ainda assim, violência maior é não viver...
Beijo, moça.
Gostei muito do seu post e do blog. Dá uma passada no meu:
wwwrenatacordeiro.blogspot.com/
não há ponto depois de www
Um beijo doce,
Renata
E aqui faço uso das sábias palavras de Riobaldo que têm muito a ver com o texto seu:
"Viver é muito perigoso!"
um ato violentíssimo.
falaste tudo!
Violento, intenso, uma insana insolência...
que texto bonito! Parabéns!
" a união da alma espiritual com o corpo é extrínseca, até violenta", já dizia Platão.
beijo!
Pequenitudes em expansão.
Tu és dona desse artigo.
beijo!
impossível chegar ao final sem um suspiro de compreensão.
delicioso ler-te.
ardido e colorido, feito a vida mesmo, violenta e deliciosa como ela sabe ser...
Um beijo, Clara!
não arredo pé antes de tecer comentários...
concordar é pouco, vivenciar é a melhor palavra... cidade vermelha: congestionamentos insuportáveis! Porque, então, insistimos permanecer nesse fuzuê, não sei.
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