5.02.2009

CEP


Querida M.,

Já não me lembro ao certo quando, mas era Chico que me dizia:

"Porque quando eu cheguei por aqui, eu nada entendi..."

Do modo como só ele sabe, só ele existia e era inteiro na casa. Sim, era de Sampa que ele falava, mas para mim as notícias eram todas suas.
Sabe, M, eu, no início, também não te compreendia, e me perdia com facilidade nessas suas ruas imensas, cheias de tanto, de tudo... Ipiranga, São João.
Mas então você aparecia, com seus braços de avenidas, prontos para me atravessar. E seus braços, M., construíam a minha cidade.

Não fui eu que compus Sampa, M. Mas toma, é sua.
É você comigo dentro.

18 comentários:

Cosmunicando disse...

lindo de tudo... finjo até que é pra mim (eu sou M também, e paulista... rsrs)
bjos

Anônimo disse...

Uma das minhas músicas preferidas, Clara! Também vou fazer de conta que foi pra mim, haha.

Maria

Anônimo disse...

Adorei o texto, mas é do Caetano a música e não do Chico...
...é do Caetano e não do Chico...
Anne.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Julio P Vicente disse...

e depois que voce desvenda esse labirinto, voce se perde mais ainda, te garanto.

Clara Mazini disse...

É do Caetano, sim. Mas sempre prefiro o Chico. rs
Essa é a minha versão idealizada da coisa. ;)

- disse...

também prefiro o chico, hahahaha. lindo como sempre, dona Clara.

Tchello Melo disse...

E que os cruzamentos tenham sempre sinal verde de esperança!

Thiago disse...

ainda assim parece quentinha! Adoro a música.

p. disse...

oba!

entrei aqui pra agradecer o coment la no p.p.m., que bom que você curtiu ..

e vou aproveitar essa prosa boa sobre Sampa pra dizer que não existe versão igual a de João Gilberto ! ...

;)

Flávia Muniz Cirilo disse...

As notícias dos braços da cidade nas costas da voz que atravessa o poema... Sorrio de gente-avenida assim!


bj

Rafael Sperling disse...

Belos textos, aqui no seu blog!
Gostei bastante!
Bjs

Rafaella Villaça disse...

li, lembrei disso.
"Téo, irmão. No último sábado nos encontramos em outro sonho perfeito. Eu, você e Dri. Tinha sol forte e mar gigante, claro. Porque quando eu sonho um sonho perfeito, sempre monto uma locação caprichada no Arpoador: Sol, vento quente (isso que os mais puros chamam de brisa), vendedores de mate gritando, crianças correndo. Tantas crianças correndo, eu até pensei que fosse um recado para Tininha (ou para Adriana, porque não era um recado claro, era como um bilhete borrado pela máquina de lavar).

Saímos todos da água, você abraçou sua menina com a boca. Foi tão estranho, Téo. Foi tão estranho e bonito. Lembro de jantar vocês com os olhos. Talvez por estar sem par. Talvez pela inveja de nunca ter abraçado alguém com a boca. Talvez por me sentir sozinho numa Ipanema de gente. Eu só tinha a brisa (isso que os mais duros chamam de vento quente) para acarinhar meu rosto.

Viver de brisa foi tão bom, Téo. Não ter nada dá uma sensação de luxo, de proteção. Foi tão estranho e bonito, os vendedores de mate gritando, as crianças correndo, o sol forte, o mar gigante. Tantas crianças correndo. Eu até pensei que fosse um recado para você, Téo (não era um recado claro, era como um bilhete borrado pela máquina de lavar)."

ANDRE DAMHER.

Fabricio Fortes disse...

estarei em sampa essa semana e lembrarei desse texto..

João Romova disse...

coisa simples e gostosa de se ler, uma jujuba!

paulinho damascena disse...

Ficou massa seu texto, mas a canção "Sampa" é autoria de Caetano Veloso.
De qualquer forma seu Blog é sensacional, gostei.

Aguardo sua visita ao meu
http://paulo.de.zip.net/

Clara Mazini disse...

Se eles têm três carros, eu posso voar...

Se eles rezam muito, eu já estou no céu.

:)

vanessa reis disse...

"É você comigo dentro" é uma porrada.
arrepios.